Tinha-me tornado naquilo que é hoje conhecido como “trainspotter” ou fã
de comboios, embora esta não seja uma palavra que eu use, tal como também não
me revejo nesses rapazes solitários, de anoraques, que assombram as estações de
comboios britânicas, anotando obsessivamente os números dos comboios que
passam. Para mim esta era quase uma paixão académica, uma “disciplina” tão
válida como a matemática ou o francês, e que eu levava tão a sério como se
fosse um especialista. Em todo o caso, as locomotivas de alta velocidade, tão
estandardizadas e previsíveis, da companhia que detém agora o monopólio dos
caminhos-de-ferro, não se podem comparara com a magnificência e variedade das
máquinas que cruzavam as estradas de ferro nos anos 30.
Eric Lomax em Uma Longa Viagem
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