Sabemos que o botas de Santa
Comba, por todos os meios – todos mesmo! – tentou manter o povo no
analfabetismo, na incultura e, em grande parte conseguiu o objectivo.
Mas ouve sempre quem colocasse
pauzinhos na engrenagem e contribuísse para que o resultado não fosse tão
desastroso.
Por aqueles tempos, escritores,
jornalistas, editoras, sempre se dispuseram, com sacrifícios de ordem vária, a
despertar o gosto pela cultura geral, pela leitura, com a publicação de pequenos
cadernos, como esta antologia de autores portugueses e estrangeiros.
Foi assim que muitos tomaram
conhecimento com diversos livros e autores e, quando caso disso, partiram à
descoberta de outros caminhos.
Estes Cadernos Mercúrio foram publicados nos anos 50.
Apenas tenho este nº 4 que comprei numa banca que, à entrada do Parque Mayer, vendia revistas e livros usados a preços bem acessíveis.
A colecção completa supõe-se composta por 8 números.
Este nº 4 tem
contos de José Rodrigues Migueis, O. Henry, Georges Simenon, Giovanni Papaini,
Machado de Assis, Pearl S. Buck. Mérimée. Roal Dahl, H. Castro Guimarães,
Carneiro Giraldes.
Em Agosto de 2017 a Frenesi Loja colocou à venda sete volumes da Colecção Mercurio e avança outros
autores que foram antologiados: «Publicação em série de vários ficcionistas
reconhecidos. Para além de autores estrangeiros como Cervantes, Maupassant,
Dickens, Hemingway, Roald Dahl, Lermontov, Balzac, Strindberg, Sartre, James
Joyce, Poe ou Dostoiewski – onde se destacam ainda mestres do policial como
Frank Gruber, Conan Doyle ou Simenon –, também os autores portugueses, entre
vivos e mortos, estão amplamente representados, a saber: Trindade Coelho,
Manuela Porto, Fialho de Almeida, Guedes de Amorim, Garrett, Branquinho da Fonseca,
Rodrigues Miguéis, Manuel da Fonseca, Camilo, etc.».
Os 7 volumes estavam à vanda por
70,00 euros e segundo informação da Frenesi: «exemplares pouco manuseados;
miolo limpo».
Legenda: imagem Frenesi Loja
2 comentários:
Disto já não se "fabrica" - 70,00, uma verdadeira pechincha por sete verdadeiras pérolas.
Pensei há dias que seria interessante fazer um apanhado deste tipo de publicações que se editaram nos tempos da ditadura, algumas fazem parte da biblioteca da casa. Mas a pandemia não nos trouxe tempo livres, trouxe tempos mortos. O problema é que não escrevo, nem leio como o fazia há tempos atrás.
Só por mera curiosidade dir-lhe-ei que o exemplar que comprei no alfarrabista do Parque Mayer custou-me 2$50. E era dinheiro!!!
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