Uma classe média baixa, simples nos seus gostos,
triste no seu viver, à beira do analfabetismo por desuso da escrita e de
leitura. Mergulhada no álcool por desfastio, na televisão porque tem de ser.
A casa e o trabalho, o carro, os electrodomésticos e o
cão, a família e os vizinhos, o jornal para saber do crime ou dos anúncios, a
memória de infância ou do primeiro amor, o sonho de umas férias no Canadá ou no
estado mais próximo quase sempre adiado ou substituído por alguns dias de campismo
a pescar à beira de um lago.
Tudo isto na melhor das hipóteses, às vezes o
quotidiano é tão insuportável que se mata alguém por absurdo, mais
frequentemente as pessoas matam o que podem matar e têm à mão: o amor.
Autor
desconhecido
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