A Fenda Aberta
F. Scott
Fitzgerald
Prefácio,
Tradução: Aníbal Fernandes
Capa: Augusto T.
Dias
Colecção Memória do Abismo nº 7
Hiena Editora,
Lisboa, Janeiro de 1986
Vou conseguir viver em moldes novos, apesar de ter
levado alguns meses a certificar-me disto. E tal como esse risonho estoicismo
que permitiu ao negro americano suportar condições de vida intoleráveis mas lhe
sacrificou a noção de verdade – também no meu caso um preço tenho de pagar. Já
não sinto simpatia por carteiros, merceeiros, chefes de redacção, maridos da
prima e a vida agora vai-me ser mais fácil de viver; “Cave canem” (1), tenho
sempre escrito por cima da porta. Vou tentar ser um animal correcto, o mais
possível, e olhem: se me atirarem um osso com bastante carne agarrada, quem
sabe lá se não sou capaz de vos lamber a mão.
(1) Cuidado com o cão, em latim (Nota do T.).
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