Scott Fitzgerald ainda viveu quatro anos depois de
escrever A Fenda Aberta.
Esteve em Hollywood a fazer argumentos para o cinema
(nunca filmados como os imaginou); mandou histórias curtas a jornais (todas
incluíveis entre o mai banal da sua produção); iniciou The Last Tycoon, romance (que não teve
fôlego para cabar; apaixonou-se por Sheilah Graham – perdi a faculdade de
esperar nestes caminhos que levam aos asilos da Zelda, deixou escrito num
caderno de notas – (versão pobre e oxigenada das elegâncias das suas heroínas);
e em 21 de Dezembro de 1940 sofreu um ataque cardíaco (a que o seu corpo minado
pelo álcool não soube resistir).
Foi poupado, no entanto, à morte de Zelda. Morte de
oito anos mais tarde – ela doida, de não haver nada a fazer-lhe – sufocada e
consumida por chamas num incêndio do manicómio que a internava.
Numa carta, Hemingway tinha-lhe certo dia dado um
conselho difícil: esquece, esquece
lá a tragédia pessoal… Não és personagem de tragédia. Nem eu. Não passamos,
ambos, de escritores…
Aníbal Fernandes,
posfácio em A Fenda Aberta.
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