No dia 7 de
Janeiro de 1782 abria as portas na Praça do Comércio a Casa da Neve, primeira
designação do café que ao longo do tempo passou por vários nomes - e cuja
história está irremediavelmente ligada ao nome de Fernando Pessoa. Depois da
Casa da Neve chamar-se-ia, a partir de 1784, a Casa de Café Italiana. Anos mais
tarde, em 1795, passa a Café do Comércio e em 1824 o nome oficial muda para
Café da Arcada do Terreiro do Paço e, seis anos mais tarde, passa a chamar-se
Café Martinho, designação que mantém até hoje. Martinho era apelido do dono
nessa altura, que o quis distinguir (da Arcada) do outro café que abrira com o
nome de Café Martinho do Camões.
Conta a lenda
que foi no Martinho da Arcada que Fernando Pessoa terá tomado um último café,
na companhia de Almada Negreiros, o amigo poeta e pintor, três dias antes de
falecer.
A mesa ainda lá
está.
Após o Nobel, a gerência,
atribuiu uma mesa a José Saramago.
No Livro de Visitas
do Café, Saramago escreveu:
Que palavras poderei escrever na minha mesa? Provavelmente
não há outra melhor que a mais banal de todas. Obrigado.
Leio no Diário
de Notícias que Luiz Machado vai retomar as tertúlias que, a partir de
1991, volta e meia, tem organizado no Martinho da Arcada, onde já levou
personagens como Álvaro Cunhal, Mário Soares, Amália, Siza Vieira, Eusébio ou
Júlio Pomar.
Para Luís
Machado, escritor e jornalista, o Martinho da Arcada começou por ser o sítio
onde ele bebia um cafezinho quase diário com a namorada que vivia na margem sul
do Tejo e ali chegava de barco nos anos 70.
As tertúlias recomeçam
no dia 20 deste mês com Eunice Muñoz e terminam a 4 de abril com o Presidente
da República.
O preço, com
jantar incluído, é de 20 euros.
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