Aqui era o Quarteto.
Agora, é um estaleiro
de obras onde irá nascer um bloco de cimento destinado a escritórios.
Inaugurado a 21 de Novembro de 1975, o Quarteto foi o primeiro cinema em lisboa com várias salas – 4 salas 4 filmes - que com o passar dos anos deixaram de reunir condições de segurança: falta de saídas de emergência, de extintores de incêndio e de acesso para deficientes.
Não havia dinheiro
para obras e a 16 de Novembro de 2007, Pedro Bandeira Freire fechou as portas a
cadeado e entregou as chaves ao Município.
Cinco meses depois,
Pedro Bandeira Freire morria no Hospital Santa Maria.
O autor do
projecto de construção do Quarteto foi o Arqt.º Nuno San-Payo, seguindo a ideia
de Pedro Bandeira Freire. O edifício era constituído por quatro pequenas salas,
com lotação de 716 lugares, distribuídas pela cave e 1º andar, aos quais se
acedia através de uma escadaria decorada com dezenas de cartazes, depois de se
ter franqueado o átrio ao nível do rés-do-chão, onde se situavam as bilheteiras
e o bar. A fachada deste cinema era constituída por uma pala para anúncios,
feita em estrutura metálica e revestida em material acrílico, que se iluminava
e expunha os cartazes dos filmes em exibição.
Em 2012 a imobiliária
admitia negociar os 1,5 milhões de euros pelo que restava do imóvel de três pisos,
mas ninguém se interessou pelo negócio.
A 27 de Fevereiro de
2014 o Público noticiava que a Igreja
Plenitude de Cristo, a estranha predilecção das seitas religiosas pelas salas
de cinema, iria ocupar aquele espaço.
As obras chegaram a
ter início, mas não mais se soube da concretização do projecto e o espaço
voltou ao abandono.
Agora será mesmo um
bloco de escritórios.
É certo que nos
últimos tempos tinham piorado as condições de projecção dos filmes e amiúde se
ouvia a acção do filme que corria na sala ao lado.
Mas era um cinema.
Lembrando ainda o
Pedro Bandeira Freire: «Há filmes bons e
maus; os bons são os melhores».
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