Na sua edição de 5 de Junho de 2009, o Expresso lembrava que Cavaco Silva, enquanto primeiro-ministro concedera uma pensão por serviços excepcionais ou relevantes prestados ao país, a dois inspectores da PIDE/DGS.
Anos antes, recusara dar a Salgueiro Maia essa mesma pensão:
Nas comemorações do 10 de Junho de 2009, a realizarem-se em Santarém, Cavaco Silva, como Presidente da República, iria colocar um ramo de flores junto à estátua de Salgueiro Maia.
José Pedro Castanheira vincava que Cavaco tentava corrigir um erro com 20 anos.
Não foi um erro: foi uma enorme pulhice.
A eleição de Aníbal Cavaco Silva, quer como primeiro-ministro, quer como presidente da república, duas-vezes-duas, foi uma das piores desgraças que se abateram sobre os portugueses.
Por aí se arrasta, trôpego, numa apagada e vil tristeza, embrulhado na negociata que amigos seus, cometeram no BPN, negociata que ele nunca conseguiu explicar.
No final do seu livro Capitão de Abril (1), Salgueiro Maia escrevia:
Passados dez anos, será interessante analisar a evolução do comportamento de muitos dos intervenientes, em especial os políticos e os militares que conseguiram passar de um regime a outro, sempre na crista da onda, e que, com lutas pelo Poder, ajudaram a dificultar e evolução desejada. Por outro lado não acreditando em democracias musculadas nem no sebastianismo, resta-nos, na orgulhosa situação de implicados do dia 25 de Abril de 1974, criticar os muitos que pagam o idealismo e a generosidade com o mesmo comportamento que caracterizou o regime nascido a 28 de Maio:
- a corrupção
- a incompetência
- o compadrio
- o circo do Poder.
Até quando?
Sim até quando?
(Para uma leitura mais fácil, clicar sobre a imagem)
(1) Salgueiro Maia Capitão de Abril: Histórias da Guerra do Ultramar e do 25 de Abril, Notícias Editorial, Lisboa Novembro 1997
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