quinta-feira, 21 de abril de 2022

MEMÓRIA DE ADRIANO


ORFEU - DAFP 602

DISCO 1

Face A

Trova do Vento Que Passa – Capa Negra, Rosa Negra – Trova do Amor Lusíada – Barcas Novas – Pátria – Para Que Quero eu Olhos

Face B

Sou Barco – Margem Sul – Pedro Soldado – Lira – Menina dos Olhos Tristes – Erguem-se Muros

DISCO 2

Face A

Canção com Lágrimas – Canção do Soldado – Cantar de Emigração – O Sol Perguntou à Lua – Sapateia

Face B

Tejo Que Levas As Águas – As Balas – No Vale Escuro – Recado A Helena – Cantiga de Montemaior

A saudade é um luto, a memória um tempo que passa, e há sempre alguém a dizer não.

Passado um ano sobre a morte de Adriano, a Orfeu fez publicar o duplo LP a que chamaram “Memória de Adriano”, que incluía um single com dois temas inéditos: Canção do Linho e Tão Forte Sopra o Vento, música de Adriano para dois poemas de Alfredo Vieira de Sousa que eram para fazer parte de um LP «Notícias de Abril»  que as muitas andanças de Adriano pelo País para contar, cantar os novos dias e, mais tarde a desesperança que o invadiu e o levou à morte, não possibilitaram a edição.

As escolhas, difícil trabalho, deste disco-memória-homenagem do disco têm o dedo de José Niza e provam para quem ainda, naquele tempo, não soubesse, que Adriano foi o mais autêntico intérprete de um país que esteve em guerra, um país votado ao abandono, à miséria, à frustração, mas um país onde as suas gentes, num canto qualquer do seu ser, cuidaram de guardar um naco de esperança.

Abril concretizou essa esperança.

Durou pouco, mesmo muito pouco.

Ao longo dos anos têm-nos sonegado essa esperança.

Hoje, claramente, sabemo-lo.


Sem comentários: