Terá António Oliveira Salazar se perdido de amores com a francesa Christine Garnier, jornalista francesa que veio a Portugal para entrevistar Salazar, passeando-se por São Bento e pela casa do Vimieiro?
Perguntado sobre as propaladas relações
de Salazar com Dona Maria, declara que
isso não passa de uma infâmia. Salazar nunca desceria tão baixo, não se
rebaixaria a ir para a cama com uma criada. As relações deles eram as de patrão
e criada. Ele era um aristocrata, íntegro em tudo. As relações deles eram as de
patrão e criada».
Maria do Céu
Ricardo, que escreveu a peça em 1 acto, dividido em três cenas, Salazar, Deus, Pátria, Maria, deixa, no decorrer da peça, largos desabafos de Dona
Maria:
«Sou para aqui uma coisa, Maria para
isto, Maria para aquilo…, passei a vida a servi-lo, sempre à espera, sempre na
sombra a apaparica-lo. Sempre a pensar que talvez um dia, quem sabe, ele
olhasse para mim para me ver… Não para me dar ordens, olhasse para mim como ele
olha outras mulheres, com outra delicadeza no olhar…»
(…)
»A francesa!... Cá está outro romance
que esfriou. Hoje ele diz que ela era muito agitada para o seu gosto, «um
vendaval de simpatia e uma desordem perfumada. Isso é o que ele diz hoje. Ela
também se enervava cada vez mais com Lisboa e les gens… Sabe que nunca gostaram dela em
Portugal. O povo, as mulheres, as madames de cá, não lhe perdoaram as intimidades.
Andam todas à volta dele, como borboletas e depois julgam que são as únicas.
Todas são únicas enquanto duram. Só eu é que sou a única de todos os dias, a
que lhe atura as madurezas.»
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