terça-feira, 21 de novembro de 2023

UMA OUTRA MANEIRA DE IRMOS FICANDO MAIS POBRES...

 

Ainda a morte do poeta Manuel Gusmão ocorrida no dia 9 de Novembro.

Um outro poeta, Luís Filipe Castro Mendes: lamentando, nos dias que correm, a não presença física de Manuel Gusmão:

«Grande poeta, com poemas que iluminarão sempre os nossos caminhos, ele foi também um crítico e ensaísta de primeira água, um professor que marcou gerações de jovens com o seu saber e o seu estímulo e uma voz culta e serena, sem nunca deixar de estar aliada às forças de progresso e emancipação.

Perdemos um dos maiores da nossa geração!»

E mais um poema de Manuel Gusmão:

Revolução orbital: vai-se a rosa transformando
na coisa múltipla, amante e amada, na acção
que assim a faz e nos acidentes mínimos – paisagens,
estações dos dias e das noites, dos anos da história.
Ondula no cérebro a fronteira que as margens da luz
desenham. E a rosa é uma hélice que vibra
no ar que a respirar obriga(s): torção dos pulmões,
do tronco e do sexo, dos nomes e dos vocativos
que se respondem: como um coração que deflagra
a rosa faz do ar que te falta a terra de onde nasces
e o chão sobre que danças.

 

Legenda: fotografia de Luís Eme

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