Ainda a morte do poeta Manuel Gusmão ocorrida no dia 9 de Novembro.
Um outro poeta, Luís Filipe Castro Mendes: lamentando, nos dias que correm, a
não presença física de Manuel Gusmão:
«Grande poeta, com poemas que iluminarão sempre os nossos
caminhos, ele foi também um crítico e ensaísta de primeira água, um professor
que marcou gerações de jovens com o seu saber e o seu estímulo e uma voz culta
e serena, sem nunca deixar de estar aliada às forças de progresso e
emancipação.
Perdemos um dos maiores da nossa geração!»
E mais um poema de Manuel Gusmão:
Revolução orbital:
vai-se a rosa transformando
na coisa múltipla, amante e amada, na acção
que assim a faz e nos acidentes mínimos – paisagens,
estações dos dias e das noites, dos anos da história.
Ondula no cérebro a fronteira que as margens da luz
desenham. E a rosa é uma hélice que vibra
no ar que a respirar obriga(s): torção dos pulmões,
do tronco e do sexo, dos nomes e dos vocativos
que se respondem: como um coração que deflagra
a rosa faz do ar que te falta a terra de onde nasces
e o chão sobre que danças.
Legenda: fotografia de Luís Eme
Sem comentários:
Enviar um comentário