Portugal é um enorme buraco e não se consegue vislumbrar qualquer ponta de retorno que permita que nos tornemos um país, minimamente decente.
Para além de outras
coisas, péssimas coisas, Ricardo Araújo Pereira põe um dos dedos nas muitas
feridas que nos rodeiam:
«Portugal abusa na bandalheira e André Ventura ganha
com este lamaçal. Isso é imperdoável.»
1.
António Costa é um dos políticos mais experientes do círculo
português mas custa a crer como se rodeou de ministros e colaboradores que deixam,
em todos os sentidos, muito a desejar.
Por causa do ministro João Galamba arranjou uma guerra
tão estutúpida, como inútil, com o Presidente da República que sempre entendeu
que Galamba não tinha condições para ser ministro e António Costa insistiu em
mantê-lo.
Agora o ministro das Infraestruturas apresentou um pedido
de demissão do cargo ao primeiro-ministro. Na última sexta-feira, na Assembleia
da República, o governante tinha afastado este cenário, mas justifica agora a
decisão como a "única possível" para assegurar à família a
"tranquilidade e discrição a que inequivocamente têm direito", isto
apesar de entender que "não estavam esgotadas as condições políticas de
que dispunha" para exercer funções.
António Costa acumulará o cargo de ministro das
Infraestruturas.
O jornalista Pedro Tadeu perguntava, ontem, no Diário de Notícias se podemos confiar no Ministério Público:
«A pergunta que
deixo é esta: Não podendo, nem devendo, a política meter-se no trabalho da
Justiça, que penalizações a própria Justiça aplicou aos responsáveis por erros,
omissões, incompetências, demoras, desleixos, teimosias e atropelos ao bom
senso que, como é evidente, sempre que um caso é mediático, sistematicamente os
investigadores judiciais cometem?... Que fizeram sobre isso, por exemplo, o
Conselho Superior do Ministério Público ou o Conselho Superior da Magistratura?
E já nem falo das
violações de segredo de justiça que, em todos estas situações, aconteceram e
que arruinaram a reputação pública de alguns inocentes.
Se o Ministério Público quer que confiemos nele, tem de fazer Justiça a si próprio.»
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