O ex-primeiro-ministro António Costa falou ontem ao país.
Words, words, words, como diria o velho Shakespeare.
«António Costa começa a perceber o
camião que lhe caiu em cima
Da declaração do primeiro-ministro deste sábado, o que será mais doloroso? Um
primeiro-ministro só perceber ao fim de oito anos que não pode ter “melhores
amigos” – com relações com o Estado, evidentemente – ou fazer uma afirmação em
que acaba a deixar cair um amigo de sempre, Diogo Lacerda Machado, num dos
piores momentos da sua vida?»
Ana Sá Lopes no Público de hoje.
Teríamos que saber o que António Costa pensa quando nomeia os amigos.
Amigos prováveis? Amigos improváveis?
Conhecidos, simplesmente?
Lembrar o poeta Herberto
Helder:
«Amo
devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
— Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.»
Impossível agora não lembrar, Janeiro de
2022, também um texto de Ana Sá Lopes:
«Costa derrota Jerónimo sem dó».
Sem comentários:
Enviar um comentário