domingo, 12 de novembro de 2023

NOTÍCIAS DO CIRCO

O ex-primeiro-ministro António Costa falou ontem ao país.

Words, words, words, como diria o velho Shakespeare.

«António Costa começa a perceber o camião que lhe caiu em cima
Da declaração do primeiro-ministro deste sábado, o que será mais doloroso? Um primeiro-ministro só perceber ao fim de oito anos que não pode ter “melhores amigos” – com relações com o Estado, evidentemente – ou fazer uma afirmação em que acaba a deixar cair um amigo de sempre, Diogo Lacerda Machado, num dos piores momentos da sua vida?»

Ana Sá Lopes no Público de hoje.

Teríamos que saber o que António Costa pensa quando nomeia os amigos.

Amigos prováveis? Amigos improváveis? Conhecidos, simplesmente?

Lembrar o poeta Herberto Helder:

«Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
— Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.»

Impossível agora não lembrar, Janeiro de 2022, também um texto de Ana Sá Lopes: «Costa derrota Jerónimo sem dó».

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