«Um Estado feliz é aquele que paga milhões para oferecer a Efacec.
O feriado de Todos-os-Santos foi "um dia feliz" para o ministro da
Economia. Se a felicidade individual é impossível de medir, onde é que a oferta
da Efacec ao fundo alemão Mutares contribui para a felicidade do Estado?
Não se trata de uma venda. Não se pode chamar "venda" a um processo
em que, depois de ter injectado 200 milhões de euros, o Estado ainda vai dar
mais 160 milhões, a somar a outros 35 milhões do Banco de Fomento, à empresa
que "vende". Esta retribui com 15 milhões de euros em capital e 60
milhões de euros em garantias. Um negócio da China.
O leitor imagina-se na posição de, depois de ter gasto milhões e milhões numa
empresa, continuar a pagar para que alguém fique com ela? É esta a
"felicidade" colectiva que nos apresenta o ministro da Economia.
Pagámos milhões, continuámos a pagar e oferecemos a prenda – "uma empresa
estratégica", como disse Costa Silva – a um fundo de investimento alemão.
Um Estado feliz é aquele que paga milhões para oferecer a Efacec
do António Costa e Silva, "o colapso da Efacec teria um efeito
devastador". Tem razão: há 2000 empregos a preservar e deixá-la falir
seria "desastroso para a economia portuguesa". Concordamos. Mas a
alternativa é dá-la?»
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