Escritos Sobre Cinema
Tomo I – 2º volume
João Bénard da Costa
Capa: Nuno Rodrigues
Edição Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, Lisboa,
Julho de 2019
O que foi sempre
específico no universo cinematográfico de Cukor foi a transposição (genial) da
ilusão teatral na ilusão cinematográfica. Estamos sempre no lugar da
ilusão, na floresta de enganos. Ora, em
MY FAIR LADY (resumidamente, variação sobre o tema da gata borralheira) essa
dimensão é fundamental. É porque tudo no Cukor dirige inultrapassavelmente) de
florista da praça em fair lady. E
sobre todas as outras imagens, a que prevalece é mesmo, pela varinha de condão
do realizador, a da fair lady,
naquele plano sublime que nos dá a vê-la a subir a escada, no baile da
Embaixada ( e aí seja prestada a devida vénia ao fato desenhado por Beaton).
Todo este filme é mágico, desde as flores do genérico ou do décor da praça às sequeências.chave da entrada de Audrey Hepburn em casa de Higgins, do The Rain in Spain, da festa, ou do regresso do baile. Mas para quê distinguir? Tudo neste filme me parece perfeito. Vi-o não sei quantas vezes, nestes 35 anos, e de cada vez só me apetece repetir, dirigindo a Cukor, o prodigioso «Bravo Eliza» de Gladys Cooper, no final.
Sem comentários:
Enviar um comentário