Ao folhear o livro Os Novos Contos da Montanha do Miguel Torga, verifiquei algo de que não mais lembrara. Na última página do livro, que é a 195, há um sinalzinho a lápis, logo a seguir a glória, a última palavra do conto do Torga.
O meu avô paterno era um
incansável leitor. Tanto lia que percebeu que a memória o poderia atraiçoar e
então sinalizava os livros que acabava de ler.
Também não utilizava
marcas nem sublinhava os livros.
À medida que ia lendo um livro, na última página anotava a lápis onde tinha ficado. Neste livro de contos não se perdeu e não apontou nenhum número de página.
3 comentários:
Também eu tenho o hábito de assinalar, na última página, a data de início e a data em que o terminei.
Creio que, ao fim de algum tempo, há livros que lemos e que se nos varrem da memória.
Por exemplo, acabei ontem de ler, pela 3°.vez, " O Memorial do Convento" e nenhuma das três leituras foi "igual"; é um grande livro mas um livro muito muito difícil, na minha opinião.
A releitura dos livros é sempre um mundo de descobertas que, por motivos vários, nos fugiram na primeira leitura. Aliás com alguns autores e seus livros, tenho o defeito de os ler de sopetão, uma ânsia inexplicável que me obriga, sempre, a novas leituras e consequentes boas novas. E «O Memorial do Convento» foi um desses livros, bem como «O Ano da Morte de Ricardo Reis» e por que não «Ensaio Sobre a Cegueira». E não falo da «Escola do Paraíso» de José Rodrigues Miguéis, «Finisterra» de Carloa de Oliveira e tantos, e tantos, e tantos livros.
"O Ano da Morte de Ricardo Reis" foi, talvez, o livro do Saramago de que mais gostei.
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