Faz hoje um mês que deflagrou a brutal e trágica guerra entre o Hamas e Israel.
Desconhecem-se, ainda,
quaisquer estatísticas, proveniente de fontes independentes que revelem os
mortos e feridos que estão a acontecer em Gaza.
1.
António Guterres confirma que 92 trabalhadores da ONU
foram mortos em Gaza confirmando um novo aumento no número de trabalhadores da
ONU mortos desde 7 de outubro, dia do ataque do Hamas em Israel, tendo passado
de 89 para 92 vítimas.
2.
Cerca de 15 mil palestinianos fugiram do norte para o sul
de Gaza nos últimos dias, desde que se
intensificaram os combates no terreno e Israel estabeleceu um corredor de evacuação,
anunciou a ONU.
O número de deslocados em Gaza ultrapassa 1,5 milhões
(mais de dois terços de uma população de 2,2 milhões), dos quais 725.000 estão
alojados em instalações da ONU, 122.000 em hospitais, igrejas e outros
edifícios públicos, 131.000 em escolas não pertencentes à ONU e os restantes em
casa de familiares.
Cerca de 160.000 dos deslocados permanecem em abrigos no
norte de Gaza, a área mais afetada pelos combates, onde a Agência das Nações
Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente já não
consegue chegar com ajuda humanitária ou ter informações sobre a situação,
sublinhou o relatório.
3.
No passado mês, após a intensificação e escalada da
agressão de Israel e ao povo palestiniano, um jogador de futebol do Mainz,
Anwar El Ghazi, escolheu não ficar calado e, dada a plataforma e visibilidade
que tem, escreveu nas suas redes sociais «Do rio ao mar, a Palestina será
livre».
Parece que o clube alemão, aproveitando a tendência
censória e persecutória a que se assiste na Europa, aliado a um passado mal
resolvido na história alemã, viu antissemitismo na declaração solidária do
jogador com um povo que sofre um massacre. A primeira acção foi suspender o
futebolista, mas após o jogador ter sido reintegrado, este manteve a sua posição,
reiterando-a, ao dizer «Não me arrependo nem tenho qualquer remorso pela minha
posição. Não me distancio do que disse e defendo, hoje e até ao meu último
suspiro, a humanidade e os oprimidos».
Agora caso chegou ao fim, e o clube alemão
informou, num comunicado de três linhas, que havia despedido Anwar El Ghazi. No
mesmo pode ler-se: «O FSV Mainz 05 rescindiu a relação contratual com Anwar El
Ghazi e demitiu o jogador com efeito imediato na sexta-feira. O clube toma esta
medida em resposta às declarações e publicações do jogador nas redes sociais».
4.
Ehud Olmert, antigo primeiro-ministro israelita, afirma
que Netanyahu se encontra num estado de "colapso nervoso" após o
fracasso da segurança do país de 7 de outubro e que está a "calcular
mal" ao preparar-se para assumir o controlo da segurança de Gaza por um
"período indefinido" após o fim da guerra.
5.
A vida em Zanuta, uma aldeia palestiniana no topo de uma
cordilheira ventosa nas desoladas colinas do sul de Hebron, nas profundezas da
Cisjordânia ocupada, nunca foi fácil. A comunidade é composta principalmente
por pastores que criam cabras e ovelhas durante os verões escaldantes e os
invernos gelados da paisagem árida, e que se recusaram firmemente a deixar suas
casas, apesar das crescentes dificuldades apresentadas pelos soldados das
Forças de Defesa de Israel ), por um lado, e pelos colonos israelenses
radicais. no outro.
Mas depois de semanas de intensa violência dos colonos,
na sequência do ataque do Hamas a Israel, em 7 de Outubro, os 150 residentes de
Zanuta tomaram a decisão colectiva de partir. Colonos armados – alguns com
uniformes reservistas do exército, alguns cobrindo o rosto – começaram a
invadir as suas casas à noite, a espancar adultos, a destruir e roubar
pertences e a aterrorizar as crianças.
6.
Amin Hamed al-Hudarat, à conversa com o The Guardian, aguenta as lágrimas até
ao final da frase: “Passámos tempos difíceis na aldeia desde que, há três anos,
os colonos começaram a quinta Mitarim do outro lado do vale. Tem sido cada vez
mais difícil levar as ovelhas a pastar. Os jovens colonos destroem as colheitas
ou roubam as ovelhas ou chamam o exército para nos atormentar. Mas agora vêm às
nossas casas. As minhas filhas estão aterrorizadas.”
7.
«Tomar partido,
contextualização e racismo – a propósito da guerra Israel-Hamas
Não se vislumbra qualquer cessar-fogo de nenhum dos lados, nem tréguas nem
corredores humanitários, como aliás está a ser exigido pelos EUA e pela
comunidade internacional a Israel. Entre os que fugiram para o sul da Faixa de
Gaza, por não encontrarem abrigo, nem comida, nem água, muitos já regressaram a
norte, onde ninguém está a salvo, nos campos de refugiados, nem nos hospitais,
onde o Hamas não deixa de usar reféns e os palestinianos como escudos humanos.»
José Gil
Sem comentários:
Enviar um comentário