Este não é o dia seguinte do dia que foi
ontem.
João Bénard da Costa
Será um desfilar de histórias, de opiniões, de livros,
de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que irão
aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que
aconteceram.
O recorte é antigo, desconhece-se
o autor, o jornal de onde foi tirado mas certo é que
Ricardo Araújo Pereira,
provavelmente, não sabia que um dia diria que não se deve gozar com quem
trabalha.
Tenho caminhadas suficientes
para, tirando um qualquer eventual pormenor temporal, não necessitar de debates
e arruadas, para saber para onde vai o meu voto.
Mas como leio jornais tenho
apanhado alguns momentos da campanha eleitoral
Pois fiquei a saber,
lendo Ana Sá Lopes no Público, que ex-minitros e individualidades diversas do
PSD e do CDS apareceram ao lado de Júlio Montenegro.
Coisas assim:
1.
Se a entrada de Passos Coelho na campanha pode ter servido para roubar votos ao
Chega (uma boa notícia, a confirmar-se), fez zero pelo recentramento da Aliança
Democrática. A falsa associação entre imigração e insegurança (“sensação”,
chamou-lhe o ex-primeiro-ministro), não sendo uma novidade nos discursos de
Passos Coelho, dificilmente captou um voto em quem votou PS nas últimas
legislativas. A abertura ao Chega implícita no discurso (“O Luís saberá o que
fazer para dar força ao Governo”) e a memória dos cortes das pensões do tempo
da troika foram extremamente prejudiciais para o “recentramento”, como se viu
na cena, que passou na televisão, em que duas pensionistas interpelam
Montenegro no dia seguinte e atacam Passos.»
2.
«Quantos votos a AD ganhou com a entrada de Durão Barroso na campanha a dizer aos portugueses que o PSD tem “orgulho” no governo da troika? De que serve Barroso na campanha? Só se for, como disse na SIC Notícias Martim Silva, director adjunto do Expresso, "para mostrar que Montenegro é melhor". Já nem é bom falar da misoginia afirmada este sábado por outro ex-líder, Luís Filipe Menezes, que falou de “um ex-secretário dos Assuntos Parlamentares que só tinha olhos para as meninas do Bloco de Esquerda com quem agora se quer coligar”.»
Sim somos um povo que sempre viveu de pequenas alegrias, grandes dificuldades, tudo envolvido em pequenas esperanças.
Agora que se aproxima a Páscoa, convém não esquecer que, em muitos e muitos tempos idos, religiosos contaram que Pilatos teve o cuidado preliminar de perguntar ao povo por quem optava: se por Cristo, se por Barrabás. Sabendo-se o resto da história significa que o mais importante não foi a pergunta de Pilatos. O mais importante foi o povo ter escolhido mal.
Primeiras eleições no Portugal democrático.
Os jornais percorriam o país tentando compreender, informar o que as gentes do país pensavam dessas eleições.
Recorte do Público:
«Margarida, 60 anos, militante do Partido Comunista, trabalhadora rural de uma aldeia perto de Aviz. Diz não saber política: «Só sei discutir o que agente dantes não tinha e hoje tem, aquilo que passei e hoje não passo».
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