Nesses tempos da infância ir à padaria comprar pão era um pedaço de pequena festa.
O cheiro do pão nas manhãs da infância, cosido, durante a noite, em grandes fornos a lenha.
Em casa dos pais, comia-se pão escuro. O pão era pesado e, para completar o peso, havia a necessidade de juntar um pequeno pedaço. Esse pedaço de pão era comido a caminho de casa, e ainda hoje sente esse gosto, o gosto de um antigamente com um qualquer floco de melancolia.
Poderá dizer que ir comprar
pão é um dos grandes prazeres do seu quotidiano?
Quase diariamente, vai comprar, a uma lojeca de comida «take a way», pão dito alentejano.
Mania que o pão há-de ser alentejano, as alheiras de Mirandela, a carne de Lafões, mas resume-se tudo a meros travestis completada com a nossa velha mania de gostarmos de ser enganados.
Acontece que, ontem, na
pequenas caminhada para a compra do pão, encontrou, numa das pontes do viaduto
das Olaias, a frase gritante que a imagem acima mostra:
QUEM PRODUZ TODA A RIQUEZA ÉS TU!
No desenrolar da caminhada deu para lebrar um poema do Eduardo Valente Valente a que chamou Do admirável:
Um operário é admirável,
Não por ser um operário, mas por ser
admirável.
E assim sucessivamente…
Sem comentários:
Enviar um comentário