Poeta
Militante
3º Volume
José Gomes Ferreira
Colecção Círculo de Poesia
Moraes Editores, Lisboa, Janeiro de 1978
(Nunca usei
relógio. O tempo nunca
Coube num
relógio.)
As
grandes escobertas
surgem
com
a naturalidade de continuarem incertas
-
ilhas sólidas no nevoeiro
Por
exemplo:
o
tempo sou eu.
Apenas
eu.
Uma
espécie de relógio
com
pele,
pés
doridos do gelo,
a
mão que empurrou a porta,
acendeu
a luz eléctrica,
lançou
lenha na fornalha
-
e agora aqui estou estendido no divâ
À
espera de quê?
Dois
passos que nunca ouvi,
instantes
de outro tempo
sem
manhã
nas cinzas do relógio em ti.
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