29 de Abril
de 1974
O quinto dia
da nossa vida em liberdade.
A
importante, quase única, notícia que percorre todos os jornais:
É instituído como feriado nacional
obrigatório o dia um de Maio, considerado o «Dia do Trabalhador.»
Por outro
lado, continuam as manifestações, as reuniões políticas, a «caça ao pide.»
Outras
decisões:
Amnistia para
os Presos Políticos.
Abolida a
censura aos espectáculos.
Dissolução da
Acção Nacional Popular.
Destituído o
Chefe de Estado, bem como todo o Governo do regime deposto.
Serão
reintegrados os funcionários despedidos por motivos políticos
Continuava
o regresso dos exilados políticos.
Os
desertores e refractários do Exército Português, saúdam a Junta de Salvação
Nacional, querem voltar e pedem amnistia.
Tal
como o MPLA, a FRELIMO rejeita a solução federativa entre Portugal e os países
africanos.
1.
Na página
desportiva do Diário de Lisboa, uma interessantíssima
observação do jornalista Neves de Sousa e que constitui a abertura da sua
crónica sobre o jogo entre o Sporting e o Belenenses para a Taça de Portugal.
Com tanto
pide preso e barões e baronetes em fuga, gentes que tinham cartões de livre-
trânsito para todos os jogos de futebol, não ocuparam os seus lugares…
2.
O República chama para a 1ª página uma afirmação de Mário
Soares na sua chegada a Lisboa.
Nas páginas
interiores noticia que essa figura sinistra, que dá pelo nome de Capitão Maltês
e era o comandante da Polícia de Choque, ainda andava a monte.
Quem quisesse sair do País só poderia levar um máximo de 50 contos.
Na última
página, ficava a saber-se que Henrique Tenreiro, ex-deputado e presidente da
Junta Central da Legião Portuguesa, para além de outros títulos, apresentou-se,
voluntariamente, à Junta de Salvação Nacional.
Também
no República, uma notícia insólita: a administração dos TLP tenciona
descontar aos trabalhadores o facto de não terem ido trabalhar no dia 25 de
Abril.
3.
Na primeira
página, A Capital dava conta da constituição do Movimento
Democrático Português.
Para a
Comissão Central Provisória, entre outros, foram votados Francisco Pereira de
Moura, José Tengarrinha, Victor Wengorovius, Luís Moita, Henrique Neto.
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