segunda-feira, 29 de abril de 2024

REVOLUÇÃO

Tenho uma revolução,
francesa, perfumada,
que entre 68 e 75 me levou
pela mão, em festa,
a conhecer os mistérios
do mundo.
Anda, desde então,
encavalitada pelas estantes,
entre despojos da memória
e insones sonhos por cumprir,
poemas desesperados,
amores antigos e já esquecidos,
vagos distúrbios de consciência
e muitas outras coisas
espalhadas
que não vale a pena enumerar.
E guia-me
pelo labirinto do devir,
a livrar-me da ameaça do tédio
nosso de cada dia.

Adolfo Luxúria Canibal

Nota do Editor: este poema de Adolfo Luxúria Canibal foi copiado do jornal Público de 1 de Abril de 2024.

Poesia Pública é uma iniciativa do Museu e Bibliotecas do Porto comissariada por Jorge Sobrado e José A. Bragança de Miranda. Ao longo de 50 dias publicaremos 50 poemas de 50 autores sobre revolução.


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