O 25 de Abril é um dia e são dias,
meses, anos. É daquelas datas
que se constelam, que estão
antes de hoje, que hoje ecoam ainda,
e que tremulizarão no depois de hoje
como a memória de uma outra
possibilidade no conflito dos reais.
Porque foi um processo de irrupção
de imensas vozes e corpos
no teatro da história
tal como a fazemos.
Porque foi um processo de
transformação do nosso espaço-tempo
e das nossas formas de habitar.
Porque foi a liberdade e a
democracia como emancipação
Porque foi a política como poiesis.
Manuel Gusmão, autor
do libreto para a ópera Os Dias Levantados de António Pinho Vargas sobre
o 25 de Abril, estreada no Teatro São Carlos em 25 de Abril de 1998.
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