Este não é o
dia seguinte do dia que foi ontem.
João Bénard da Costa
Será um desfilar de histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que aconteceram.
16 de Abril de 1974
O MINISTÉRIO DO ULTRAMAR, em nota enviada para os jornais, dava a conhecer que,
contrariamente ao que diziam os inimigos da Pátria, os missionários combonianos
não foram expulsos de Moçambique mas convidados a sair “para salvaguarda da sua
segurança”. O mesmo no que diz respeito ao Bispo de Nampula.
Missionários e Bispo eram acusados de serem responsáveis por um “documento
altamente ofensivo da nação portuguesa e também da hierarquia da Igreja, pondo
em causa s relações entre Portugal e a Santa Sé.”
No topo do
texto desta Viagem de Abril encontra-se, através do Notícias de Portugal,
a versão do governo de Marcelo, que, como habitualamente, é uma completa
mentira.
UMA NOTA da PIDE/DGS informa que “Com base nas averiguações feitas foram
detidos 15 indivíduos em Lisboa e Porto”, implicados em “acções revolucionárias
no 1º de Maio. Mais se informava que uma brigada apreendeu “largos milhares de
exemplares de panfletos revolucionários” nas oficinas do semanário
oposicionista «Notícias da Amadora».
TÃO SURREALISTA, como hilariante, o despacho da Comissão de Censura enviada
para o «Jornal de Notícias e transcrita no livro de César Príncipe «Os
Segredos da Censura».
Aqui se dá
conta que o censor de serviço também lamentava os aumentos das tarifas de
correios e telefones mas, infelizmente, não se pode dizer…
«Sobre aumentos dos correios e telefones – não se pode falar em «público
reage». A propósito da reportagem o senhor coronel Saraiva não viu
inconveniente nenhum, pois ele até ficara “desgostoso, termo que satisfaz nestas
coisas de novos preços. O público reage é que não, pois dá a ideia de “barulho.
de contestação agressiva.”
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