terça-feira, 16 de abril de 2024

VIAGENS POR ABRIL


 

                     Este não é o dia seguinte do dia que foi ontem.

                                                              João Bénard da Costa

Será um desfilar de histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que aconteceram.


16 de Abril de 1974

 
O MINISTÉRIO DO ULTRAMAR, em nota enviada para os jornais, dava a conhecer que, contrariamente ao que diziam os inimigos da Pátria, os missionários combonianos não foram expulsos de Moçambique mas convidados a sair “para salvaguarda da sua segurança”. O mesmo no que diz respeito ao Bispo de Nampula.
Missionários e Bispo eram acusados de serem responsáveis por um “documento altamente ofensivo da nação portuguesa e também da hierarquia da Igreja, pondo em causa s relações entre Portugal e a Santa Sé.”

No topo do texto desta Viagem de Abril encontra-se, através do Notícias de Portugal, a versão do governo de Marcelo, que, como habitualamente, é uma completa mentira.

UMA NOTA da PIDE/DGS informa que “Com base nas averiguações feitas foram detidos 15 indivíduos em Lisboa e Porto”, implicados em “acções revolucionárias no 1º de Maio. Mais se informava que uma brigada apreendeu “largos milhares de exemplares de panfletos revolucionários” nas oficinas do semanário oposicionista «Notícias da Amadora».

TÃO SURREALISTA, como hilariante, o despacho da Comissão de Censura enviada para o «Jornal de Notícias e transcrita no livro de César Príncipe «Os Segredos da Censura».

Aqui se dá conta que o censor de serviço também lamentava os aumentos das tarifas de correios e telefones mas, infelizmente, não se pode dizer…

«Sobre aumentos dos correios e telefones – não se pode falar em «público reage». A propósito da reportagem o senhor coronel Saraiva não viu inconveniente nenhum, pois ele até ficara “desgostoso, termo que satisfaz nestas coisas de novos preços. O público reage é que não, pois dá a ideia de “barulho. de contestação agressiva.”

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