Este não é o
dia seguinte do dia que foi ontem.
João Bénard da Costa
Será um desfilar de histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que aconteceram.
17 de Abril de 1974
A POUCO E POUCO, caminhamos para os dias últimos de Marcelo Caetano & Cª.
JORNAIS continuam a publicar comunicados das Forças Armadas dando conta das mortes de militares em teatro de guerra, a maior parte motivadas por “acidentes de viação”.
OS SERVIÇOS DE CENSURA do Reino estão numa actividade febril.
NO TRIBUNAL PLENÁRIO de Lisboa continua o julgamento de “cidadãos acusados de
pertencerem à Acção Revolucionária Armada (ARA)” A censura “aconselhava” que as
notícias do julgamento deveriam ser reduzidas “à expressão mais simples”.
O editorial do “Diário de Notícias” deste dia tinha por título “A Orelha de
Mão” onde eram explicados os motivos por que a Rússia e a China travam em
África uma guerra surda pela conquista de zonas de influência.
MARCELO CAETANO agradece à Universidade de Luanda o título honoris causa.
A censura proibia qualquer referência à homenagem ao professor Óscar Lopes.
Proibida
também a notícia da confraternização de antigos alunos do Colégio Militar.
O Coronel
Roma Torres, censor-mor deste dia, lembrava aos senhores jornalistas que têm de
MANDAR SEMPRE CÁ, os assuntos que os senhores jornalistas, às vezes, se
esquecem de mandar…
Circular nº 45/74 dos Serviços de Censura:
“Para os devidos efeitos, elucido V. Exª de que todas as notícias de sessões
públicas de qualquer índole deve, sem excepção, ser submetidas a exame prévio.
A BEM DA NAÇÃO
Alberto Alexandre Pestana de Ornelas.”
AINDA UM VOLTAT ATRÁS...
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«Declaro por minha honra que estou integrado na Ordem Social
estabelecida de Constituição Política de 1933 com activo repúdio do comunismo e
de todas as ideias subversivas.
Torres Vedras, 23 de Novembro de 1966»
Pasar de olhos pelos Dias Comuns, Vol I , de José Gomes
Ferreira:
«8 de Outubro de 1965
Momento sinistro de pensamento mutilado…
Como é possível viver numa pátria assim! – de livros proibidos, de jornais
proibidos, de peças proibidas, de homens proibidos – em que só o silêncio é
justo?»
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