30 de Abril de 1974
Com ironia,
Mário Viegas dirá que o 25
de Abril dele acabou no dia 2 de Maio.
Alguém, que
não recordo agora o nome, disse que do 25 de Abril até ao 1º de Maio
devo ter dormido, mas não me lembro. Na verdade, o dia mais longo da minha vida
não foi bem um dia: começou naquelas horas vertiginosas do dia 25, até ao 1º de
Maio, e que continuaram a sê-lo durante uns meses.
Por fim, uma
outra citação anónima:
Quem não viveu, esqueceu ou renunciou às delícias das ilusões desses grandes dias nunca vai conhecer o exacto perfume das flores.
Em todas os
jornais podem ler-se chamadas de atenção para que, nas manifestações do 1º de
Maio, o povo e os trabalhadores, tivessem cuidado com eventuais provocadores.
Esta veio
publicada no Diário Popular:
Na véspera,
na RTP, Sá Carneiro deu uma entrevista com um blá-blá-blá de que Mário Castrim
não gostou muito, e escreveu:
O Diário
de Lisboa lembrava que, no 1º de Maio, as padarias e os depósitos de
pão estavam encerrados: e colocava em título:
Constante das
notícias deste dia, o regresso a Lisboa, vindo do exílio, de Álvaro Cunhal.
Nas páginas
interiores do República podia ler-se que certa gente começava a deixar
as garras de fora.
A Junta de
Salvação Nacional veio publicamente salientar que os trabalhadores dos CTT eram
alheios a quaisquer diligências, actividades ou intervenção na violação da
correspondência. Essa violação era feita directamente pela PIDE-DGS, que
requisitava aos CTT, a correspondência de suspeitos de actividades contra a
ditadura.
Por decreto,
a Junta de Salvação Nacional, dissolvia a Acção Nacional Popular e destituía o
Chefe de Estado Américo Tomás e o Chefe do Governo Marcelo Caetano.
Na última página do Diário de Lisboa ficava a saber-se que o ex-pide
Sachetti foi preso quando tentava passar a fronteira em Valença.
No Porto, um ex-pide suicidava-se.
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