terça-feira, 23 de abril de 2024

O OUTRO LADO DAS CAPAS


No seguimento do livro Tarrafal que hoje se apresenta em Olhar as Capas.

 Pelo Decreto-Lei nº 26.539 de 23 de Abril, durante a ditadura de Oliveira Salazar, é criada uma colónia penal para presos políticos e sociais no Tarrafal, na Ilha de Santiago, no Arquipélago de Cabo Verde que ficou conhecido como o «Campo da Morte Lenta». Totalizavam 152 os primeiros presos políticos que entraram no Tarrafal no dia 29 de Outubro de 1936.

Lia-se no preâmbulo do Decreto-Lei nº 26.539 assinado pelo presidente António Óscar de Fragosos Carmona:

«É necessário dar execução imediata ao disposto nos decretos nº 23.203, de 6 de Novembro de 1933, e 24.112, de 29 de Junho de 1934, que prevêem a instalação de uma colónia penal para presos políticos e sociais no ultramar.

Depois de um reconhecimento cuidadosamente feito por técnicos a diferentes ilhas do Arquipélago de cabo Verde, chegou-se à conclusão de que o lugar do Tarrafal, da Ilha de Santiago, reunia as condições necessárias à instalação desta colónia, sob o ponto de vista higiénico, de vigilância e de recursos naturais de comunicações indispensáveis ao seu bom funcionamento.»

Pelo Artº 3º do Decreto, ficava-se a saber que a colónia terá instalações necessárias para uma lotação de 500 presos.

Manuel dos Reis, diretor do campo durante vários anos, recebia os prisioneiros políticos dizendo «Quem vem para o Tarrafal vem para morrer!»

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