Notas de Exílio do “Chico da C.U.F.”
Francisco
Ferreira
Prefácio:
José Augusto Seabra
Capa:
Henrique Manuel
Edições
Afrodite, Lisboa, Janeiro de 1976
Comecei a vida de trabalho muito cedo,
como a maioria esmagadora maioria dos Portugueses. Fui operário da Companhia
União Fabril (CUF), no Barreiro, onde trabalhei dez anos (1924/34).
Operários da secção de «Caldeiraria»
iniciaram-me na compreensão dos deveres de solidariedade, da luta contra a
injustiça e pela conquista de um futuro português de progresso e liberdade.
Foram os meus mestres.
A minha primeira tarefa de militante foi
organizar um grupo de Socorro Vermelho Internacional (SVI), de solidariedade
aos presos antifascistas. Tornou-se um dos grupos mais activos do Barreiro.
Chegou a ter 60 contribuintes.
Estávamos no ano de 1929.
Vivíamos sob o salazarismo que nos
recusava os direitos mais elementares. O número de analfabetos entre o pessoal
da CUF rondava os 70%.
Os partidos políticos republicanos tradicionais, dos diversos matizes, não manifestaram interesse no recrutamento de jovens para as suas fileiras. Tinham-se desinteressado da juventude.
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