Este não é o
dia seguinte do dia que foi ontem.
João Bénard da Costa
Será um
desfilar de histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções,
fotografias, figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer
especificação do dia, mês, ano em que aconteceram.
19 de Abril de 1974
O que acima
se reproduz, é a legenda de uma fotografia publicada na 1ª página de O Século,
que dava conta que o ministro do interior César Moreira Baptista deslocou-se ao
Porto para a tomada de posse do Governador Civil.
«Para a sua primeira deslocação ao Porto como ministro do Interior, o dr.
César Moreira Baptista escolheu mais democrático dos meios de transporte ao seu
alcance: o comboio. Como um vulgar passageiro embarcou, no rápido das 8 e 40 em
Santa Apolónia e, ora entretido na leitura, ora contemplando a paisagem através
das amplas “vidraças” da carruagem, “venceu, a distância, chegando ao Porto à
hora do almoço, para, durante a tarde e a noite cumprir o programa oficial que
ali o aguardava.»
Apenas três
pormenores: o repórter invoca o comboio como o mais democrático meio de
transporte, o ministro como «vulgar passageiro» e durante a viagem, entretido
com a paisagem ou com a leitura.
Mas não diz o que o ministro lia, ele que era um perfeito analfabeto.
A CENSURA determinava para os jornais que eram proibidas todas as notícias a dizer “Traineiras não foram para o mar.”
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Américo Tomás visita a Barragem da Aguieira
O MINISTRO DO ULTRAMAR, Baltasar Rebelo de Sousa, ao despedir-se de um grupo de alunas do Instituto de Odivelas, que se preparava para visitar Angola, garantiu-lhe que naquelas terras se sentiriam “ainda mais portuguesas perante a lição de patriotismo que as populações de todas as etnias lhes vão proporcionar, pela comunhão humana que ali se respira e pelo entusiasmo galvanizante de todos, especialmente da sua generosa e promissora juventude”
NUMA REPORTAGEM no Mercado de Alcântara o jornalista do Diário de Lisboa registava as queixas de uma florista de que cada vez se vendiam menos flores. “Só nos sábados é que as pessoas compram um raminho para alindar as casas. As rosas vermelhas estavam a 25 escudos e os cravos, de qualquer cor, a 20 escudos.
NESTE DIA, conta Dinis de Almeida no seu livro «Origens e Evolução do
Movimento dos Capitães»:
«Acompanhado do capitão Almeida Pereira, dirigi-me ao C.I.C.A, 4 onde
contactei o major Borges.
Posto ao corrente da situação, não aderiu, embora se comprometesse inclusive a
colaborar passivamente em tudo o que não o comprometesse directamente.»
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