segunda-feira, 15 de abril de 2024

VIAGENS POR ABRIL


                       Este não é o dia seguinte do dia que foi ontem.

                                                                João Bénard da Costa

Será um desfilar de histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que aconteceram.

 

15 de Abril de 1974

Neste dia, de há 50 anos, existem notícias curiosas.

1ª                                                                                                                              

Henry Kissinger, de má memória, falecido há meses, como secretário de estado americano, ofereceu em Nova Iorque um jantar ao vice-primeiro ministro chinês Deng Xiaoping, chefe da delegação chinesa à sessão especial da Assembleia Geral da ONU sobre matérias primas. Apesar do clime de bom entendimento entre Washington e Pequim, desde a visita, dois anos antes, do presidente Nixon à China, Deng não poupou críticas na ONU aos seus anfitriões, acusando os Estados Unidos e a União Soviética de serem «os dois maiores exploradores e opressores internacionais».

2ª                            

O Egipto ameaçou declarar guerra a Israel se o estado hebraico persiste nos seus ataques contra a Síria e o Líbano. «Não ficaremos de braços cruzados deixando Israel atacar impunemente o Líbano e a Síria».

O maestro António Victorino de Almeida foi nomeado adido cultural em Viena. O maestro realizou  um trabalho meritório na capital austríaca, com excelentes programas realizados para a então RTP ,que foram largamente referidos por Mário Castrim nas suas críticas que publicava no Diário de Lisboa.

MAS HÁ QUE VOLTAR às inúmeras reuniões, realizadas em todo o País, com vista à concretização da queda da ditadura. Não sei em que dia, finais de Novembro de 1973, Luís Ataíde Banazol, no meio de uma série de conversas repetidas, acabou por dizer:

«Meus caros camaradas:

Estão a esgotar-se com um assunto que não vale a pena. Isto não é uma questão de galões. O que vocês estão, e todos nós, é agonizantes. Estrangulados por um regime que nos conduz directamente para o abismo. É preciso que acordemos do pesadelo, é preciso acabarmos de vez com a maldita guerra colonial. Impõe-se a revolução armada desde já, seja qual for o seu preço e as suas consequências.»

Legenda: a fotografia que encima o dia de hoje é uma reunião-chá-canastra das «senhoras» do Movimento Nacional Feminino com vista a angariação de fundos para comprarem esferográficas, crucifixos,  imagens pequeninas da senhora de Fátima, terços, aerogramas, alguns cigarros, não muitos, porque o tabaco mata, ao contrário da guerra em África, que as madamas com o seu fervor católico, apoiavam fervorosamente!

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