segunda-feira, 1 de abril de 2024

SONETO PRESENTE

Não me digam mais nada senão morro

aqui neste lugar dentro de mim

a terra de onde venho é onde moro

o lugar de que sou é estar aqui.

 

Não me digam mais nada senão falo

e eu não posso dizer eu estou de pé.

De pé como um poeta ou um cavalo

de pé como quem deve estar quem é.

 

Aqui ninguém me diz quando me vendo

a não ser os que eu amo os que eu entendo

os que podem ser tanto como eu.

 

Aqui ninguém me põe a pata em cima

porque é de baixo que me vem acima

a força do lugar que for o meu

 

José Carlos Ary dos Santos de Resumo em Vinte Anos de Poesia

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