domingo, 15 de outubro de 2017

DEUS RÁ


Vistas dali de cima, a casa e as pessoas apressadas que andavam de lado para lado não tinham mais significado e importância do que um formigueiro.
Só o Sol, majestoso e poderoso a brilhar no céu, e a estreita faixa prateada em que o Nilo se transformava àquela hora da manhã – só o Sol e o Nilo eram eternos e permanentes. Khay, Nofret e Satipy tinham morrido, e um dia também ele e Hori morreriam. Mas Rá continuaria a governar o céu e a viajar, de noite, na sua barca, pelo mundo das trevas, até à alvorada do dia seguinte. E o rio continuaria a correr, vindo de além de Elefantina e passando por Tebas, pela aldeia e pelo Baixo Egipto, onde Nofret vivera e fora alegre e despreocupada, e prosseguindo até às grandes águas e para fora do Egipto.

Agatha Christie em Morrer Não é o Fim.

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