Estas são as primeiras
páginas, de hoje, do Diário de Notícias e do Público.
O Presidente Marcelo
abraçado a um velhinho. Os dois choram.
Mera coincidência,
mas o sentido de ir ao encontro do que o público gosta de ver, lagrimazinha ao
canto do olho, está patente.
Marcelo, como
dizia Léo Ferre de si próprio, é um artista de variedades.
Sabe-a toda: anos e anos de exposição mediática dando catequese como comentador político.
Os jornais, as
televisões, as rádios, fazem o resto.
O dia trouxe
ainda a demissão, a seu pedido, da Ministra da Administração Interna.
António Costa
não tinha outro remédio senão aceitar. O Conselho de Ministros do próximo
sábado não poderia contar com uma ministra debilitada.
Dado o curto
espaço de tempo, o Primeiro-Ministro recorreu ao seu núcleo duro para arranjar
um substituto: Eduardo Cabrita, actual ministro adjunto, substituirá Constança
Urbano de Sousa.
Uma escolha que
aos olhos de muita gente se mostra pouco entusiasmante.
Mas o tempo urge
e, por agora, não há espaço para percorrer outros caminhos.
Os partidos que
apoiam o Governo são unânimes em afirmar que a mudança de rosto na pasta da
Administração Interna, não resolve os problemas de fundo que há muito existem na prevenção e ataque aos
incêndios florestais.
O CDS apresentou
uma moção de censura ao governo que será discutida na próxima terça-feira. Moção
de censura que será apresentada pelo CDS na quinta-feira visa «António Costa não
está à altura para o exercício das funções que desempenha», afirmou Assunção
Cristas, a raínha do eucalipto.
Paulo Portas, em
Agosto de 2010, disse que « fazer politiquice com os incêndios é imoral e
isto é tão verdade para a oposição, mas também para o governo.»
Ao PSD, não lhe
restou outra saída, senão declarar que votará favoravelmente a moção do CDS.
Pedro Passos
Coelho, nos corredores da Assembleia,c disse aos jornalistas que António Costa
deveria pedir a demissão de primeiro-ministro e que o governo não merece uma
segunda oportunidade.
Vão ser muito
duros os próximos tempos do Governo do Partido Socialista.
O Presidente da
República, uma comunicação social hostil, uma oposição a sonhar com eleições
antecipadas, não lhe vai dar um minuto de descanso.
Chegou o tempo
do grande exame.
PSD
Afastado do
partido desde 2014, ano em que foi expulso, António Capucho considera que se o
PSD regressar «à sua matriz social-democrata» está pronto voltar a ser
militante.
O ex-ministro
dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, será o presidente da Comissão de Honra
de Santana Lopes, cuja candidatura à liderança do PSD será oficialmente
apresentada no próximo domingo.
Rui Rio, um
homem que quando houve falar em cultura fica à beira de um ataque de nervos, em
entrevista à TVI, acusou Santana Lopes de abandonar cargos a meio («Não foi
candidato em Lisboa porque dizia estar apaixonado pelo trabalho na Santa Casa,
criando até um problema ao partido, afinal quatro meses depois vai deixar a
Santa casa porque diz estar apaixonado pela liderança do PSD. Eu fico sempre
até ao fim») adiantando ainda que Santana está manifestamente à sua
direita.
David Justino,
presidente do Conselho Nacional de Educação, que foi ministro da educação de
Durão Barroso vai coordenar o documento estratégico com que o Rui Rio se
apresentará às eleições directas para a presidência do PSD.
A função promete.
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