O livro A Cavalo do Diabo, do José Cardoso Pires, comprei-o na Livraria do Centro Comercial Arco-Íris, ao lado de outro centro comerciak, o Apolo70.
O Centro ainda existe, a livraria já não.
Entro numa livraria como a borboleta atraída pela luz.
Gostava muito desta livraria, onde era atendido por gente
simpática, estava longe a chegada dos computadores, e que sabia o que é ser
livreiro.
Como poetizou Manuel Alegre:
Há homens que são
capazes
duma flor onde
as flores não
nascem.
Outros abrem velhas
portas
em velhas casas
fechadas há muito
outros ainda
despedaçam muros
acendem nas praças
uma rosa de fogo.
Tu vendes
livros quer dizer
entregas a cada
homem
teu coração dentro
de cada livro.
As livrarias, aos poucos, têm vindo a desaparecer.
Lembro sempre o arrepio de Jorge Silva Melo quando viu
fechar uma livraria em Campo de Ourique:
Numa crónica a que chamou Já Fechou a Livraria, incluída no seu Século Passado, conta que uma pequena livraria abriu um dia em
Campo de Ourique mas não chegou a estar aberta um ano.«Por que não fui interlocutor solidário daquela senhora que
efectivamente ousou e foi vencida? Por que hei-de perdoar-me a mim? Não foi
isso mesmo o que eu disse àquele pequena livraria? Que não a queria? Que não me
servia para nada? Que lhe prefiro a Internet e as fnacs? Se a pequena livraria
fechou, fui também eu que a fechei».
Num ranking elaborado
pelo jornal britânico The Telegraph, há duas livrarias portuguesas entre as 16
que o jornal considera como as mais bonitas do mundo.
Uma em Lisboa, a Ler
Devagar, outra no Porto, a Lello
& Irmão.
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