Há 50 anos Che Guevara foi assassinado.
«Muitos
consideram-me um aventureiro e na verdade sou-o, mas de um tipo diferente, do
tipo dos que arriscam a pele para provar o que dizem.»
Mário Sacramento no seu Diário:
«Parece que sempre conseguiram matar o Che Guevara, ao
que dizem os jornais. Embora o sinta, não adiro com o mesmo sentimento que tive
e tenho pelo Lumumba. É muito diferente lutar e morrer no seio do próprio povo
ou agir como caixeiro-viajante da aventura revolucionária, no seio de outros. A
dinastia dos Malraux nunca me foi simpática e a realidade confirma que há boas
razões para isso.»
Poema para Che Guevara escrito por Jorge de Sena:
Neste vil mundo que
nos coube em sorte
por culpa dos avós
e de nós mesmos
tão ocupados em
desculpas de salvá-lo,
há uma diferença de
revoluções.
Alguns sofrem do
estômago, escrevem versos,
Outros reúnem-se à
semana discutindo
o evangelho da
semana; outros agitam-se
na paz da
consciência que adquirem
com agitar-se em
benefícios e protestos;
outros param com as
costas na cadeia,
para que haja
protestos. Há também
revoluções, umas a
sério, que se acabam
em compromissos, e
outras a fingir,
que não acabam nem
começam. Mas são raros
os que não morrem
de úlcera ou de pancada a mais,
e contra quem
agências e computadores
se mobilizam de
sabê-los numa selva
tentando que os
campónios se revoltem.
Os campónios não se
revoltam. E eles
São caçados,
fuzilados, retratados
em forma de cadáver
semi-nu,
a quem cortam
depois cabeça, mãos,
ou dedos só (numa
ânsia de castrá-los
mesmo depois de
mortos) e o comércio
transforma-os logo
num cartaz romântico
para quarto de
jovens que ainda sonhem
com rebeldias antes
de se empregarem
no assassinar
pontual da sua humanidade
e da dos outros,
dia a dia, ao mês,
com seguro social e
descontando
para a reforma na
velhice idiota.
Ó mundo pulha e
pilha que de mortos vive!
PSD
Quando for eleito o sucessor, Passos Coelho vai renunciar
ao mandato de deputado.
Rui Rio fará o anúncio da sua candidatura quarta-feira em
Aveiro, não quis que fosse no porto ou em Lisboa.
Pedro Santana Lopes, segundo a SIC, almoçou hoje com
Marcelo Rebelo de Sousa e ainda não parou de ponderar.
Marcelo que amiúde diz não querer meter-se na vida dos
partidos, de que terá falado com Santana? Dos tempos em que este, como
primeiro-ministro, quis pô-lo a andar de comentador da TVI?
Marcelo que, sabe-se, não gosta de Rui Rio nem de
Santana, poderá, apesar de tudo, preferir Santana a Rio?
Fernanda Câncio no Diário
de Notícias, de hoje, lamenta os louvores que por aí circulam dedicados a
Pedro Passos Coelho, terminando o artigo:
«Lamento: não tenho
prazer em zurzir em quem está de saída, mas o que é demais é demais. Há porém
um inestimável serviço ao país pelo qual Passos ficará na história -- uniu a
esquerda. E isso sim, é obra.»
CATALUNHA
Amanhã, provável declaração unilateral de independência
da Catalunha.
Sem comentários:
Enviar um comentário