segunda-feira, 9 de outubro de 2017

ETECETERA


Há 50 anos Che Guevara foi assassinado.

«Muitos consideram-me um aventureiro e na verdade sou-o, mas de um tipo diferente, do tipo dos que arriscam a pele para provar o que dizem.»

Mário Sacramento no seu Diário:

«Parece que sempre conseguiram matar o Che Guevara, ao que dizem os jornais. Embora o sinta, não adiro com o mesmo sentimento que tive e tenho pelo Lumumba. É muito diferente lutar e morrer no seio do próprio povo ou agir como caixeiro-viajante da aventura revolucionária, no seio de outros. A dinastia dos Malraux nunca me foi simpática e a realidade confirma que há boas razões para isso.»

Poema para Che Guevara escrito por Jorge de Sena:

Neste vil mundo que nos coube em sorte
por culpa dos avós e de nós mesmos
tão ocupados em desculpas de salvá-lo,
há uma diferença de revoluções.
Alguns sofrem do estômago, escrevem versos,
Outros reúnem-se à semana discutindo
o evangelho da semana; outros agitam-se
na paz da consciência que adquirem
com agitar-se em benefícios e protestos;
outros param com as costas na cadeia,
para que haja protestos. Há também
revoluções, umas a sério, que se acabam
em compromissos, e outras a fingir,
que não acabam nem começam. Mas são raros
os que não morrem de úlcera ou de pancada a mais,
e contra quem agências e computadores
se mobilizam de sabê-los numa selva
tentando que os campónios se revoltem.
Os campónios não se revoltam. E eles
São caçados, fuzilados, retratados
em forma de cadáver semi-nu,
a quem cortam depois cabeça, mãos,
ou dedos só (numa ânsia de castrá-los
mesmo depois de mortos) e o comércio
transforma-os logo num cartaz romântico
para quarto de jovens que ainda sonhem
com rebeldias antes de se empregarem
no assassinar pontual da sua humanidade
e da dos outros, dia a dia, ao mês,
com seguro social e descontando
para a reforma na velhice idiota.
Ó mundo pulha e pilha que de mortos vive!


PSD

Quando for eleito o sucessor, Passos Coelho vai renunciar ao mandato de deputado.

Rui Rio fará o anúncio da sua candidatura quarta-feira em Aveiro, não quis que fosse no porto ou em Lisboa.

Pedro Santana Lopes, segundo a SIC, almoçou hoje com Marcelo Rebelo de Sousa e ainda não parou de ponderar.

Marcelo que amiúde diz não querer meter-se na vida dos partidos, de que terá falado com Santana? Dos tempos em que este, como primeiro-ministro, quis pô-lo a andar de comentador da TVI?

Marcelo que, sabe-se, não gosta de Rui Rio nem de Santana, poderá, apesar de tudo, preferir Santana a Rio?

Fernanda Câncio no Diário de Notícias, de hoje, lamenta os louvores que por aí circulam dedicados a Pedro Passos Coelho, terminando o artigo:

«Lamento: não tenho prazer em zurzir em quem está de saída, mas o que é demais é demais. Há porém um inestimável serviço ao país pelo qual Passos ficará na história -- uniu a esquerda. E isso sim, é obra.»

CATALUNHA

Amanhã, provável declaração unilateral de independência da Catalunha.

Mariano Rajoy, afirmou hoje que o executivo fará tudo o que for preciso para impedir a independência da Catalunha.

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