quinta-feira, 11 de abril de 2019

O QU'É QUE VAI NO PIOLHO?


Berlim.

Um respirar de arte, cultura antiguidade, sentir, sabe-se lá porquê, que estamos mesmo na Europa.

As Portas de Brandeburgo, o passar pelo Checkpoint Charlie, a procura do que foi o tal muro, a Aida para um alemão, mapa na mão, “por favor, muro de Berlim?” e só mais tarde, muito tarde mesmo,  encontraremos um pedaço de muro.


Billy Wilder’s Café-Bar, Sony Center, Potsdammer Strasse 21075 Berlin.

Ir a Roma e não ver o Papa?

Ir a Berlim e não entrar no «Wilder’s Bar»?

Coisas que se dizem.

Ver o Papa nunca iria, mas em Berlim, por Junho de 2005, uma manhã radiosa, entrámos porta dentro para uma cerveja, com dois dedos de espuma, ao balcão, e ficar a olhar as paredes. 

Sem apetecer sair dali.

A tentativa, vã tentativa, de encontrar o hotel, no outro lado de Berlim, que aparece no «Um, Dois, Três», maravilhoso, empolgante filme de Billy Wilder.

O Luís Miguel Mira bem tentou, deu voltas e voltas para localizar o hotel, e quando o Miguel não consegue, não vale a pena mais alguém fazer qualquer esforço.

O tal hotel que foi «Potemkine», também «Bismark» e, em tempo de Heil Hitler, se chamava «Goering».


O resto é lembrar a fabulosa sequência nesse tal hotel, cena antológica das muitas de Billy Wilder, em que Ingeborg se mostra esplendorosa e escultural, com aquele justinho vestido às bolinhas vermelhas, o filme é a preto e branco, mas terão de ser vermelhas as bolinhas, numa dança maluca, em cima da mesa cheia de champanhe, vodka e caviar, rodeada por um turba de bêbados, tão maluca a dança, o frenesim infernal, que o retrato de Krustchev baloiça e cai, revelando que escondia o retrato de Estaline.

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