O Número dos Vivos
Hélia Correia
Capa: João Carlos Albernaz
Relógio d’Água,
Lisboa, Dezembro de 1982
- Não sei se gosto dele – segredava no quarto, de luzes apagadas,
quando as duas faziam confidências.
- Quando ele estiver longe, logo a menina vê se gosta ou não. É para
isso que servem as saudades.
Romana suspirava, virava-se na cama:
- Não sei. Bem precisava de saber.
- Se fosse agora o tempo das fogueiras, já se podia ver. É quando a
gente sabe se vai casar ou não.
- Como?
- Com clara de ovo. Num copo cheio de água. E com uma alcachofra.
Também dá.
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