Chove em Lisboa.
O país vive
momentos de algum pânico por falta de gasolina nos postos de abastecimento, devido à greve dos camionistas de matérias perigosas.
Chega-se à idade
terceira e há fantasmas que não nos largam.
Bem tentamos
fechar-lhes a porta na cara, mas sem êxito.
Os tempos mudam,
as vontades também, mas não esqueço que em Setembro de 1973, chovia em Santiago,
e o fim da experiência chilena de Salvador Allende, para além das ajudas
externas, teve greves de camionistas e certas damas nas ruas a bater tampas de
tachos e panelas.
Repito: os tempos
são outros, mas convém não esquecer.
Continua a
chover em Lisboa.
Novas da greve
dos camionistas, talvez amanhã.
Legenda: capa de
O Embargo, conto de José Saramago, edição da Estúdios da Cor no Natal de
1973. Este conto seria posteriormente publicado em Objecto Quase.
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