quinta-feira, 11 de abril de 2019

VOU-ME VER SEM DINHEIRO


Carta, datada de 9 de Junho de 1959, de António Ramos Rosa para Jorge de Sena em que lhe pede ajuda para as dificuldades monetárias que o Verão lhe traz. Acabaram as aulas e o poeta não tem alunos para dar explicações:

«Perdoe-me estas breves linhas, mas sinto-me de facto incapaz de continuar o esforço, tanto mais que tenho de escrever ainda uma outra carta. Espero poder sair em breve desta crise de lazeira – que eu considero em parte devida à suspensão das traduções desde há um mês e meio. O homem mecaniza-se facilmente. V. acha que seria possível arranjar-me uma tradução nos «Livros do Brasil»? De preferência, qualquer coisa no género da Colecção Miniatura, para despachar num mês. É que vou entrar em férias de explicações e vou-me ver sem dinheiro. Claro que continuo a trabalhar para a Europa-América e, como continuo de boas relações, talvez ela me arranje trabalho para este Verão. Por isso peço-lhe que, sem forçar, veja se há possibilidades.»


Legenda: este 3º volume dos Cadernos de Albert Camus, foi traduzido por António Ramos Rosa.

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