Chegamos ao fim
da Leitura da correspondência trocada entre António Ramos Rosa e Jorge de Sena.
É um livro admirável,
comovente, acima de tudo pelas cartas escritas por António Ramos Rosa.
Ramos Rosa tinha
uma profunda consideração e amizade por Jorge de Sena.
No Natal de 1975
manda-lhe um postal:
«Meu caro Jorge de Sena:
Escrevo-lhe estas duas linhas com as quais quero
testemunhar-lhe toda a minha grande amizade que não quero seja silenciada de
todo pela minha inércia ou quase incapacidade de escrever. Tenho livros meus
para lhe enviar, o último da poesia completa, da Plátano, e um poema Ciclo do Cavalo, muito diferente do que
tenho escrito até agora. Ter-lhe-ia enviado os anteriores da Plátano? Receio
que, pelo menos, o Animal Olhar não tenha seguido.
Recomende-me à Mécia e creia-me sempre o seu amigo
muito grato que muito o admira e estima
António Ramos Rosa»
De Jorge de
Sena, não há mais cartas.
Apenas uma de
Mécia de Sena, datada de 8 de Fevereiro de 1977, em que agradece a Ramos Rosa os
livros enviados e aproveita para informar que «o Jorge vai arribando
devagarinho.»
A 25 de Março de
1976 Jorge de Sena sofrera um ataque cardíaco.
O livro fecha-se
com o cartão que António Ramos Rosa, e sua mulher Agripina, enviam a Mécia de
Sena após a morte de Jorge de Sena ocorrida a 4 de Junho de 1978:
«Mécia, querida amiga:
Sentimos dolorosamente, que as palavras são inexpressivas.
Estamos consigo, profundamente.»
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