28 de Abril de 1974
Barradas de Oliveira é demitido de director do
jornal Época, que ontem não saiu para as bancas.
Depois de populares terem, anteontem, tentado destruir as
instalações do jornal, que era um sustentáculo da ditadura, o Conselho de
Redacção nomeou José Manuel Pintasilgo, chefe de redacção de ex-Época, como
director do jornal, que passa, a partir de hoje, a publicar-se com o nome
de A Época.
Esta é a capa do nº1 do ano I de A Época.
Começam a esboçar-se os primeiros sinais de camaleonismo.
Atente-se no final da sua declaração de princípios:
É manchete em todos os jornais, a chegada a Lisboa de
Mário Soares, bem como a recepção entusiástica que milhares de pessoas
prestaram à sua chegada à estação de Santa Apolónia, no regresso do exílio em
Paris.
Pela primeira vez os jornais dão conta da pretensão de o 1º
de Maio ser decretado feriado nacional. O pedido foi formulado pelo
«leader» da C.D.E., Prof. Francisco Pereira de Moura, durante a
reunião de ontem com a Junta de Salvação Nacional
O Diário Popular noticia que, num avião
militar, partem amanhã, com destino ao Funchal a esposa e a filha do
ex-presidente da República Américo Tomás.
Desde o dia 25, mais de um milhão de exemplares do Diário
Popular têm sido disputados aos ardinas. Ontem, o jornal
colocou três tiragens nas bancas.
Fotografia publicada na página 14 de A Capital que
mostra o baptismo do novo nome da Ponte sobre o Tejo.
A acção foi levada a cabo por um movimento,
espontaneamente formado, denominado 1º Comité de Acção Popular.
Destaque na 1ª página de O Século para a
prisão de Silva Pais, ex-director da PIDE-DGS.
O Diário de Lisboa reproduz na 1º página
o «poster» da autoria de João Abel Manta que é apresentado nas páginas
centrais.
Primavera? é o nome que o artista lhe deu que,
por motivos demais conhecidos, há tempo não publicava qualquer trabalho no
nosso jornal.
Mário Castrim dedica a sua crítica de televisão às
imagens da libertação dos presos políticos em Caxias.
Este é o começo da crónica:
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