segunda-feira, 26 de outubro de 2020

QUOTIDIANOS

Sempre fui uma defensora do comércio local.

Há uns 10 anos que, dois prédios ao lado daquele onde vivo, existe uma pequena frutaria em que trabalha um casal de jovens nepaleses.

Gente de uma simpatia sufocante, de uma amabilidade que só se aprende na dura vida que se leva.

Antes da pandemia abriam às 08,00 horas e fechavam sempres depois das 22,00 horas e nunca fechavam aos sábados nem aos domingos.

Um dia falei-lhes do trabalho duro que despendiam, calmamente, com um sorriso nos lábios, disseram que tinham deixado o Nepal para trabalharem, apenas para isso, e que aguardavam o dia de voltarem em condições diferentes daquelas com que partiram.

 Hoje estão fechados, é a festa do país, e deixaram um delicioso aviso aos seus clientes e em que pedem desculpa pelo incómodo.

Em momentos complicados, por exemplo, falta salsa para colorir as pataniscas de bacalhau, sei sempre que há a forte possibilidade que os «miúdos» nos desenrasquem.

Serei sempre uma defensora do comércio local, muito mais ainda nos tempos de pandemia que correm, em que as idas às grandes superfícies são um risco.

Aliás, tudo hoje em dia é um risco!

Texto e fotografia de Aida Santos

1 comentário:

Socorro, a minha mulher tem um blog disse...

Os nepaleses são corajosos. Em Hindi a palavra 'corajoso' e ' nepalês' é a mesma. Giro, não?
Teresa B.