Obra Poética II
António Ramos Rosa
Edição organizada por
Luís Manuel Gaspar
Posfácio: António
Guerreiro
Assírio & Alvim,
Lisboa, Outubro de 2020
Todas as idades passaram
sobre aqueles muros
escalavrados
entre fulvas giestas
sob um besouro obeso
Entre o musgo e as salinas
uma corda branca
oscila
como um ramo de silêncio
Tudo está disperso tudo está coeso
nos seus anéis de líquen
como se apenas aguardasse o pólen
de uma embriagada abelha
A impaciência da espera dissipou-se
na facilidade frágil
dos dados paralelos e monótonos
dos campos castanhos
raiados pelo feltro violeta
de um negro timidamente cintilante
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