Fui hoje surpreendido
com um palavreado do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto em que revela
apoiar o regresso dos espectadores aos estádios.
Mas esta classe
política sabe mesmo do que fala?
Dizem ao povo para
que fique em casa, que não façam bichas enormes para comprar livros nas livrarias,
para comprar bilhetes para os cinemas, para os teatros, não andem a fazer footing
na marginal, nos jardins da cidade, não passeiem os cães nas ruas.
Este responsável
político não sabe que o futebol arrasta multidões onde se colocam os
espectadores, os polícias para vigiarem as turbas, os bombeiros, a malta das roulottes que
vende bifanas, sandes de coiratos e cervejolas?
Já há uns diaszecos vinha
reparando na converseta dos políticos em que topo sinais de abrandamento, a
pensar na Páscoa.
O que aconteceu
depois do Natal, os meses terríveis de Janeiro e Fevereiro não serviram de
exemplo?
Não imaginem dias diversos, não nos impinjam facilidades que não podem existir, que não existem mesmo.
Não podemos esquecer os dias parados, doentes,
do país sombrio dos dias pós-natal.
É incómodo, é triste,
sim, é verdade.
Mas não nos obriguem
a mais sacrifícios.
Não vamos aguentar.
Não somos uma nação valente, ao contrário do que dizem os papagaios nas televisões.
Somos gente normal, exigimos que nos tratem normalmente.
Acabe-se com a
negociata do futebol.
De uma vez por todas.
E tão pouco sonham sequer, o quanto eu gosto de futebol!
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