O ruído da morte está neste bar desolado
Onde a tranquilidade se senta inclinada sobre a sua oração
E a música abriga o sonho do amante
Mas quando moeda alguma compra este fundo desespero
Nesta casa tão solitária
E de todos os destinos o mais solitário
Onde nenhuma música eléctrica destrói o bater
Dos corações duas vezes quebrados mas agora reunidos
Pelo cirurgião da paz no peróneo da desgraça
Penetra mais profundamente do que os trompetes
O movimento da mente que aí faz a sua teia
Onde as desordens são simples como o túmulo
E a aranha da vida se senta, dormindo.
Malcolm Lowry
2 comentários:
Que bom que é parar neste cais, nem que seja para ouvir "bêbados quase a dizer poemas"...
Obrigado pela saudação.
Para esgalhar mais um «Itinerário do Eduardo», houve a necessidade de repegar no Baptista-Bastos em «O Cavalo a Tinta-da China»:
«As tabernas antigamente. As tabernas eram sítios onde as pessoas não se esqueciam de si próprias. Sítios onde as pessoas falavam e eram ouvidas.»
Muitos olhares daquela gente antiga e pobre eram poemas...
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