Alguém morre
enquanto acendo o meu cachimbo
adoço o meu café olho quem passa
alguém que nunca vi nem sei onde viveu
e no entanto anónimo embaraça
a paz com que o ponteiro isócrono
percorre
e traça as nossas margens
amigo ou inimigo irmão no tempo
de mim mesmo algo leva e o despedaça
É mais pobre e mais lento
o andor dos dias e dos anos
Voltas agora ao limbo
de todos os possíveis impossíveis também
meu
nesta obscura rede de mensagens
em que entre mudas imagens navegamos
Mário
Dionísio de Os Cem melhores Poemas Portugueses dos Últimos Cem Anos
Sem comentários:
Enviar um comentário