sábado, 14 de março de 2020

OLHAR AS CAPAS


O País das Uvas

Fialho d’Almeida
Revista e prefaciada por Álvaro Júlio da Costa Pimpão
Livraria Clássica Editora, Lisboa 1946

-Eu bem na sinto! eu bem na sinto!
E os dias lúcidos vão inundar de tonalidades esses subsolos de florestas perdidas nos fundos bucólicos da província. Uma virgindade cerra as espessuras, e imacula as sombras das árvores, cuja cúpula, por cima, estrela o azul impecabilíssimo do céu. E pelas ramas que se engalfinham, se enlaçam, procuram, frémitos d’asas, num mistério de núpcias. Nenhum canto de natureza infecundo! o mesmo amor que sobe da terra, a revigorentar os arvoredos, comunica-se aos ninhos, cinge os canais de pássaros, extravasa no ar como uma nafta de bodas bíblicas, e comunica-se aos ninhos, cinge os casais de pássaros, extravassa no ar como uma nafta de bodas bíblicas, e comunica-se, aspira-se, vai-se  infiltrando em toda a parte.
-Eu bem na sinto! eu bem na sinto!  

Sem comentários: