O País das Uvas
Fialho d’Almeida
Revista e
prefaciada por Álvaro Júlio da Costa Pimpão
Livraria
Clássica Editora, Lisboa 1946
-Eu bem na sinto! eu bem na sinto!
E os
dias lúcidos vão inundar de tonalidades esses subsolos de florestas perdidas
nos fundos bucólicos da província. Uma virgindade cerra as espessuras, e imacula
as sombras das árvores, cuja cúpula, por cima, estrela o azul impecabilíssimo
do céu. E pelas ramas que se engalfinham, se enlaçam, procuram, frémitos d’asas,
num mistério de núpcias. Nenhum canto de natureza infecundo! o mesmo amor que
sobe da terra, a revigorentar os arvoredos, comunica-se aos ninhos, cinge os
canais de pássaros, extravasa no ar como uma nafta de bodas bíblicas, e
comunica-se aos ninhos, cinge os casais de pássaros, extravassa no ar como uma
nafta de bodas bíblicas, e comunica-se, aspira-se, vai-se infiltrando em toda a parte.
-Eu bem na sinto! eu bem na sinto!
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