Que raio a
diferença que um dia faz?
Têm sido tão
iguais os dias, as mesmas rotinas…
Os políticos
europeus reuniram-se, via televisão, para encontrarem uma saída para esta
terrível crise.
Mas há
políticos nesta Europa comunitária? No mundo?
Se há, não
prestam para nada!
Ao princípio
era tudo união, solidariedade.
Words, words, words, tal como escreveu o velho Shakespeare.
Agora, cada
um puxa para o seu lado.
Tal como no
futebol: são onze contra onze e no fim ganha a Alemanha.
Políticos nos
tempos de hoje, são uns tipos que prometem construir pontes mesmo onde não há
rios.
Mas sempre
foi assim!
Detesto
hipocrisias e os dias de quem detesta hipocrisias, ficam muito limitados.
«Então
porque bebo? – perguntava-se o velho escritor – É o medo de estar lúcido!
Que raio a
diferença que um dia faz?
Anselmo
Crespo no Diário de Notícias-on line:
«A resposta da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, até agora, podia ser anedótica, se isto desse vontade de rir a alguém. Resume-se a isto: 7,5 mil milhões de euros que cabem na cova de um dente - e que nem sequer é dinheiro novo - e o fim do limite dos 3% de défice, que, durante anos, só alguns é que estavam obrigados a cumprir.
Devagar -
muito devagarinho -, Bruxelas começa a retomar uma discussão que começou com a
crise de 2008, sobre a mutualização da dívida e a que agora chamaram os "coronabonds".
Mas sem pressa, que não há motivos para alarme.
O Banco
Central Europeu, que promete fazer tudo o que for preciso, ainda não mexeu uma
palha.»
2.
José Miguel
Júdice defende que o Presidente da República deve promover uma aliança entre o
PS e o PSD para enfrentar a crise provocada pela pandemia.
«O Presidente da República deve ser a
figura cimeira na montagem dessa solução», disse, na SIC, o ex-dirigente do PSD.
Júdice entende
que a esquerda vai fazer «exigências irrealizáveis» e que a única
solução é um Governo do Bloco Central.
3.
«Hospitais
privados exigem que o Estado pague já todas as dívidas,» lê-se no Público.
4.
Gordon
Ramsay, «chef» da alta cozinha britânica, anunciou que, por causa do
coronavírus, os seus restaurantes iam fechar, agradeceu à sua «maravilhosa»
equipa de colaboradores e no final da reunião despediu os seus 500
trabalhadores.
Nunca gostei
de «chefs», sejam eles de onde forem, façam lá as «maravilhas» que lhes
dê nas brilhantes cabecinhas
Aprendi com o
José Quitério: sempre gostei de cozinheiros.
4.
Para o findar
do dia, buscar este livrinho de Tolstoi:
«E a dor? –
perguntou a si mesmo. – Que é dela? Então, dor, onde estás tu?»
Ficou atento.
«Sim, cá está
ela. Pois bem, deixá-la doer.»
«E a morte?
Onde está ela?»
Procurava o
seu habitual medo, o anterior medo da morte e não o encontrava. Onde está ela?
Qual morte? Não tinha medo nenhum, porque também não havia morte.
Em lugar da
morte havia uma luz.
-É então
isto! – disse ele de súbito em voz alta. – Que alegria!
Para ele tudo
aquilo aconteceu num único instante e o significado desse instante já não
mudou. Mas para aqueles que estavam presentes a agonia dele prolongou-se ainda
por duas horas. Qualquer coisa fervilhava no peito dele; o seu corpo extenuado
estremeceu. Depois o fervilhar e os estertores tornaram-se menos frequentes.
- Acabou-se !
– disse alguém por cima dele.
Ele ouviu
estas palavras e repetiu-as na sua alma. «Acabou-se a morte – disse a si mesmo.
– Já não existe.»
Inspirou o
ar, parou a meio de um suspiro, esticou-se e morreu.»
5.
Os terríveis
números:
Itália
8. 215 mortes
Espanha
4.365 mortes
China
3.169 mortes
Irão
2.234 mortes
França
1.696 mortes
Portugal
60 mortes
Mundo
23.004 mortes
6.
Fechar, hoje,
com Cecília Meireles:
«Às vezes abro a janela e encontro o
jasmieiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como reflectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.»
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como reflectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.»
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