sexta-feira, 27 de março de 2020

DIÁRIO DOS DIAS DIFÍCEIS


Passaram décadas a encher-nos a cabeça com as maravilhas da Comunidade Europeia.

No fundo sempre soubemos que em tempo algum estiveram unidos, ou a união de plástico apenas buscava lucros e dinheiro e em qualquer tempo de crise que viveram, as velhas divisões vieram sempre à tona: aquelas que balizam países ricos e países pobres.

Esse tal projecto europeu, por causa de um vírus, Covid-19 de seu nome, está à beira de se finar.

Assim o exigem os tais países ricos. O resto é carne para canhão.

A realidade triste e nojenta desta Europa, junta-se a dois tarados que presidem a dois dos maiores países do mundo.

Noutras partes do mundo:

Bolsonaro continua a subestimar os efeitos da pandemia e está convencido que no Brasil não acontecerá o mesmo que em outros países.

«Nada acontece com os brasileiros, não é uma gripezinha que os deita abaixo», diz o fanfarrão presidencial.

Donald Trump continua a dizer que os americanos têm de se deixar de isolamentos e terão que ir trabalhar porque o país precisa.

Os Estados Unidos enfrentam, neste momento, o maior número de infectados do mundo: para cima de cem mil e as entidades garantem que este número aumentará de maneira assustadora.

1.

Naquele seu poema original do medo, Alexandre O’ Neill diz-nos que o medo vai ter tudo, mas mesmo tudo.

É isso que nos está a acontecer.
O medo é este sentimento de impotência que advém face ao Covi-19.

Não se pode evitar, não se sabe o que é, não se sabe (ainda) como se combate.

Para uma Praça de São Pedro vazia de povo, o Papa Francisco rezou missa.

Ouve-se perguntar: «Mas onde está Deus?»

Ainda o poeta:

«O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Sim
a ratos»

2.

Os números negros:

Itália

9 134 mortes

Espanha

4 940 mortes

China 

3 174 mortes 

Irão

2 378  

França

1 995 

Portugal

76 mortes

No Mundo

26.996 mortes

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