No meio de todo este
turbilhão, começo a sentir dificuldades em separar as águas.
Estou mais que
chateado…
O José Cardoso Pires,
quando estava chateado, dizia: «a culpa é dos padres!»
A música de hoje é um
delicioso divertimento tirado de um disco que é uma compilação de trabalhos de
uma escola criada por por Carl Orff e Gunnild Keetman.
Um tal de Gin-tonic, conta
a história desse disco num texto publicado, há uns anos, no blogue IÉ-IÉ de
Luís Pinheiro.
A historinha pode ser lida, já a seguir em RELACIONADOS.
A imagem no topo do texto é uma
pintura de Edward Hopper.
1.
A gentalha de direita
continua a bater no governo.
Vejo agora mais
televisão do que antes da quarentena.
Há canais que não
frequento e a SIC vou já largar da mão.
Tem por lá um rapaz,
que dá pelo nome Bernardo Ferrão que alegremente disse – não ouvi! - «Ninguém vai escapar ao contágio».
O governo tem os seus
erros – quem os não teria? –, as suas limitações, mas confiemos que possa levar
a nau a porto calmo.
Entre a tal gentalha
da direita, todos se acham que podem ser primeiros-ministros, mas todos fogem de
ser administradores do condomínio lá do prédio.
2.
Há muitos anos, nas
paredes da Tasquinha do Aires, na Trafaria, por entre capas de discos, coisas
diversas, podia ler-se num azulejo:
«Coma e beba porque vai passar muito tempo morto.»
3.
Um anónimo deixou
este comentário no blogue de Maria do Rosário Pedreira:
«Eu estou de
quarentena há muitos anos, encerrado em casa há muito tempo - excepto aos
sábados, em que costumava dar uma volta -, pelo que não estranho muito. O tempo
nunca me chega para os discos que tenho para ouvir, os livros que tenho para
ler... 24 horas é poucochinho. E ainda preciso de dormir, imaginem a perda de
tempo! Sempre me aborreci mais na rua do que em casa. Somos todos diferentes.
Para dar um toque
intelectual ao meu comentário cito T. S. Eliot: "a espécie humana não pode
suportar muita realidade".»
4.
Uma turba de gente,
durante o fim-de-semana, foi barrada na Ponte 25 de Abril.
Muitos, apenas
queriam ir à praia em pleno estado de emergência.
5.
A CGTP denunciou
1.600 despedimentos em cantinas escolares e em empresas portuguesas do setor do
calçado, têxtil e indústria automóvel, alertando para os abusos laborais que
decorrem da crise económica provocada pelo surto do novo coronavírus.
6.
Os números negros:
Itália
11.591 mortes
Espanha
7.340 mortes
China
3.186 mortes
França
3.024 mortes
Irão
2.757 mortes
Grã-Bretanha
1.408 mortes
Portugal
140 mortes
No Mundo
37.140 mortes
7.
José Saramago escreveu um dia que o universo não
tem notícia da nossa existência.
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